Você tem realizado tudo aquilo que deseja, aproveitado intensamente seus dias ou anda sem tempo para fazer o que é importante? Saber administrar o tempo tem sido um entrave na vida do homem moderno. A sociedade contemporânea tem se mantido tão ocupada que não encontra tempo para viver a vida. Muitas pessoas têm passado seus dias apenas cumprindo tarefas, “apagando incêndios” ou realizando somente o que é urgente e se esquecem do que é realmente importante. Um grupo considerável de pessoas acorda, realiza muitas atividades durante o dia e vão dormir com a sensação de não ter realizado nada de relevante.
O escritor Robert Kyiosaki, autor da série Pai Rico Pai Pobre, diz que a maioria das pessoas vive na corrida dos ratos, num ciclo de tarefas a serem cumpridas no dia-a-dia e o árduo compromisso de trabalhar, consumir e trabalhar mais para pagar o cartão de crédito. Por esse motivo correm cada vez mais e no mesmo ritmo surge a falta de tempo para pensar no que é mais importante: a vida e as realizações pessoais. Nessa linha de raciocínio muitos podem justificar que esta é a sua vida, mas quando a pergunta é sobre gostar ou não da vida que está levando a resposta já não é tão enfática. Pessoalmente eu não acredito que um ser humano vive apenas para trabalhar e pagar contas, embora muitos passem seus dias acumulando dinheiro esperando o “melhor momento” para aproveitar a vida.
Recentemente eu soube de uma história que retrata essa dura realidade. Durante todo o seu período profissional ativo um homem economizou e guardou dinheiro para aproveitar sua aposentadoria, porém quando o tempo finalmente chegou, ele não sabia o que fazer. Sentiu que faltava algo em sua vida e estranhou o fato de não precisar mais trabalhar. Completamente confuso, imaginou que a única forma de sentir-se melhor seria voltar a trabalhar e decidiu retomar a sua rotina diária. Levantava cedo e seguia para a empresa onde trabalhou a vida toda. Após seis meses dessa decisão ocorreu um fato trágico e, em profunda depressão, ele não suportou e faleceu.
Pode parecer ficção, mas a história é real. É mais freqüente do que imaginamos o caso de pessoas que passam todo o tempo da vida tão ocupadas que quando finalmente têm tempo para aproveitar não sabem o que fazer. Certamente você conhece alguém que passa os dias imaginando o final de semana, as próximas férias ou a tão esperada “aposentadoria”. Talvez você mesmo se identifique com essa questão, mas não se preocupe. Essa é uma atitude inerente à raça humana, mas que pode ser moldada de uma forma diferente. Fique atento se o seu padrão de pensamento não é o de trabalhar, trabalhar e trabalhar para só depois aproveitar.
As pessoas deixam de pensar em si próprias porque não conseguem visualizar as conseqüências de seus atos em longo prazo e consideram ter todo o tempo de sobra. Porém, quando percebem que isso é ilusão ficam desesperadas porque o tempo passou, mas veio o arrependimento de não ter feito o que era importante. De maneira geral as pessoas se arrependem mais daquilo que não fizeram do que o contrário, olham para os anos que se passaram e, com certo saudosismo, lamentam por não terem sido mais ousadas, não terem aproveitado melhor as oportunidades e não terem vivido de forma mais intensa. Num determinado momento lamentam-se por achar que têm pouco tempo para aproveitar e entram num caminho de enganos e grande insatisfação. Se for este o seu caso, peço que você dê uma intensa e profunda respirada, coloque a mão sobre o seu coração e verifique se ele está batendo. Enquanto existir um coração batendo dentro do peito nunca é tarde para aproveitar as boas chances da vida.
Jamais ouvi dizer que o fato de alguém permanecer contemplando as oportunidades perdidas fizesse com que uma situação melhorasse. Infelizmente as pessoas se movem mais para evitar dor e sofrimento do que para obter prazer, tem mais medo de perder o que já conseguiu do que a satisfação de viver ou conseguir aquilo que realmente desejam. Existem profissionais que têm um emprego estável há anos, mas não fazem nada para crescer, expandir e desfrutar de novas conquistas. Deixam de arriscar para levar uma vida mediana baseada apenas na suposta sensação de certeza. Segundo o filósofo de negócios Jim Rohn “a mesma parede que nos protege das frustrações faz o mesmo com as realizações.”
Uma vida voltada apenas para a certeza e conforto não dá espaço para uma pessoa crescer e aproveitar o que há de melhor. É preciso manter o desafio diário de buscar as diversidades da vida, porém, para fazer coisas diferentes é preciso começar a pensar diferente, não espere mais para descobrir o que você é capaz de realizar, pois se você não fizer o que quer agora, quando quiser fazer pode ser tarde demais.