Diz o ditado popular que não podemos abraçar o mundo com as pernas, mas, fale a verdade, você já não desejou abraçar o planeta com a palma da mão? Exageros à parte, a realidade é que somos até capazes de realizar algumas coisas ao mesmo tempo, mas é bem provável que uma ou outra não saia bem feita. Temos um potencial ilimitado, mas devemos reconhecer que para cada feito há circunstâncias e motivações que devem ser consideradas. Não dá para fazer tudo ao mesmo tempo.
Frequentemente surgem em programas de tevê pessoas que equilibram pratos, dançam e assobiam ao mesmo tempo para ganhar prêmios ou tentando bater algum recorde. Devemos concordar que elas são persistentes e investem tempo em treinamento para realizar tais proezas, porém, repito, existe um número limitado de coisas que podemos fazer ao mesmo tempo. Em todo o momento precisamos fazer escolhas e toda vez que escolhemos algo automaticamente abrimos mão de alguma coisa. Se estiver sentado você não pode ficar em pé, se estiver nesse momento no escritório não tem como estar à beira-bar tomando sol. Ao iniciar a elaboração desse texto eu abri mão de sair para jantar, assistir a um bom filme ou simplesmente ir para cama dormir. Fiz uma escolha.
A mente humana é expert no poder de divagar e cada um de nós deve aprender a domar os próprios pensamentos. Existem pessoas que ao mesmo tempo em que estão trabalhando ou desenvolvendo alguma atividade deseja estar em outro lugar. Chegam a visualizar pessoas e situações diferentes e se convencem de que não deveriam estar onde estão. Muitas chegam a sentir o amargo gosto da frustração sem se dar conta de que foram suas próprias decisões que fizeram chegar onde estão. É claro que devemos levar em consideração uma série de fatores, mas a verdade é que se você está onde está a escolha foi sua.
Existem muitas justificativas e você pode até encontrar uma para se isentar da responsabilidade e afirmar que não teve opção. A necessidade de sustentar a família, precedente familiar, falta de dinheiro ou uma infinidade de situações podem tê-lo convencido de que não havia outro caminho e o que você faz hoje é conseqüência de falta de alternativa. Mesmo assim eu continuo afirmando que a decisão foi sua, pois sempre que optamos por um caminho estamos abrindo mão de outro. Mesmo que a sua opção tenha sido por falta de ousadia, insegurança ou qualquer outro motivo, o fato é que para cada escolha há uma renúncia.
Há pessoas que carregam o sentimento de frustração por não ser ou fazer tudo o que gostariam e se lamentam por sua trajetória de vida. Muitas creem que não têm mais tempo para voltar atrás e se mantêm inertes. Caso seja esta a sua situação, pare e refaça suas escolhas. Ficar acomodado por acreditar que não há mais chances é uma decisão e ela pode ser diferente. Faça novas opções, mude as alternativas, inicie um novo caminho a partir deste momento. Porém, lembre-se de que para cada escolha há uma renúncia. Não queira abraçar o mundo, faça uma coisa de cada vez, coloque seu foco no que verdadeiramente deseja realizar ou ser, vá à luta e aproveite ao máximo o resultado de suas próprias conquistas.
Forte abraço e sucesso sempre!
3 Comentários
Fiz uma breve resenha sobre este assunto.Amei.Obgda.
É de fato um texto interessante, não pelo simples fato de que é realidade eminente a determinante da renúncia mediante uma simples escolha, é como ressaltar o dizer que o simples fato de não escolher, já é uma escolha.
Gostei como você conduziu o tema de forma simples e objetiva, pois de fato sou o único responsável pelos minha própria situação, hoje minha professora do mestrado falou a respeito do professor que reclama do seu salário. É correto o que ele está fazendo, ou talvez ele deveria buscar outro emprego?
Vinicius,
É um verdadeiro dilema o que os professores vivem hoje, reclamam (com toda razão) que não são valorizados, mas ao mesmo tempo sabem que estão ali por escolha própria, e mudar de profissão talvez não seja a solução. O problema não é apenas o baixo ssalário do professor, que faz o que faz por ideologia e paixão, mas pela falta de valorização e recursos que os façam continuar crescendo como profissionais.
Cada um precisa ver onde o bicho pega e tomar as próprias decisões para mudar a situação. lembrando que para cada escolha existe uma renúncia.
Forte abraço